quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A MORTE...

Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.

Primeiro, as cores.
Depois, os humanos.
Em geral, é assim que vejo as coisas.
Ou, pelo menos, é o que tento.

Eis um pequeno fato
Você vai morrer.

Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.

Isso preocupa você?
Insisto – não tenha medo.
Sou tudo, menos injusta.

(...)

As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.

(...)

Primeiro aparece uma coisa branca. Do tipo ofuscante.
É muito provável que alguns de vocês achem que branco não é realmente uma cor, e todo esse tipo batido de absurdo. Bem, estou aqui para lhes dizer que é. O branco é sem dúvida uma cor e, pessoalmente, acho que você não vai querer discutir comigo.

Por favor, mantenha a calma, apesar da ameaça anterior.
Sou só garganta...
Não sou violenta.
Não sou maldosa.
Sou um resultado.

(...)

(Markus Zusak – a menina que roubava livros)

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