quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

TÃO CERTO QUANTO 2+2=4...

POR AGNON FABIANO

Ofensa e Oferta

Tomás de Aquino estava certo quando disse que “uma ofensa é tanto maior quanto maior é aquele contra quem é cometida”. Insultar um morador de rua não tem as mesmas conseqüências de insultar um juiz de direito. A ofensa é medida pelo lado do ofendido. Quanto “maior” o ofendido, maior se torna a ofensa. É assim que reputamos como maiores, as ofensas que sofremos daqueles que são importantes para nós, daqueles que amamos. Isso pode ser observado quando, sob a ofensa de uma pessoa querida, dizemos “Até você?!”, como Júlio César, que diante dos conjurados que lhe assassinariam no Senado, viu seu próprio filho: “Tu quoque, Brute, fili mi?” (Até tu, Brutus, meu filho?).

Os que se amam, ofendem-se até por muito pouco. O dengo, muitas vezes, é uma pequenina ofensa, quase nada, mas feita por um grandioso ofensor – o amado.

Já a oferta é tanto maior quanto maior for o ofertante. Um livro autografado, mesmo em más condições, vale mais do que dez deles em ótimo estado. O recruta se sente mais lisonjeado com o elogio de um coronel do que de um soldado. Temos tantos exemplos de coisas insignificantes quanto ao seu valor material, mas imensamente importantes, por terem sido ofertadas por pessoas que estimamos. A oferta é medida pelo lado do ofertante. É por isso que são edificantes as palavras carinhosas ofertadas entre os amantes, pois, quão grande ofertante é aquele que amamos!
(...)

http://agnonfabiano.blogspot.com/

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