quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Raiva, mágoas e ressentimentos

Raiva, mágoas e ressentimentos - Adriano Oliveira

Toda vez que alguém ou algo se choque com o bem-estar de outra pessoa, com o seu prazer, irá imediatamente produzir a chispa da raiva.(...)
A raiva é a reação emocional imediata à sensação de se estar sendo ameaçado(...).
Segundo a nobre mentora de Divaldo Franco, o primeiro passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva.(...) Camuflá-la perante atitudes de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio, optando pelo parecer em detrimento do ser.
Em seguida devemos nos indagar: “ Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa?” Neste momento inicia-se a racionalização da raiva(...).
Canalizar bem a raiva significa, assim, refletir sobre o porquê de nosso desequilíbrio momentâneo. Da mesma forma, outro recurso deve ser empregado: refletir sobre a origem do ato na outra pessoa. Isso significa perceber que a pessoa estava em desarmonia no momento em que agiu, de forma impensada, produzindo o conflito. Significa tentar perceber que o outro agiu sem nenhuma intenção de produzir o dano que nós agora sentimos.
(...) O que não se deve fazer é camufla-la, reprimi-la, pois então estaremos oportunizando o surgimento da mágoa e do ressentimento.(...)
O ressentimento é o produto direto da repressão da raiva. Não expressamos nossos sentimentos ao ofensor, não lhe demonstramos nosso desapontamento e desgosto e então passamos a guardá-la, a fim de desferi-la no momento oportuno.
O ressentimento é fruto de nosso atraso moral. Nós guardamos a dor da ofensa a fim de esperar o momento oportuno da vingança, do revide, a fim de sobrepormos nosso ego ferido em relação ao ego do ofensor. Quando isto acontece, um sentimento de animosidade cresce dentro de nós a cada dia, até que a convivência com a outra pessoa se torne insuportável. Um olhar não suporta mais o outro e a relação cessa por completo. Muitas amizades terminam assim, por falta de diálogo, de sinceridade e humildade em reconhecer-mos para o outro que ficamos chateados com sua atitude. Casais acumulam memórias de brigas, guardando lembranças de atritos que já ocorreram há meses, sem trocarem sequer uma palavra sobre o assunto, criando um clima silencioso o qual vai tornando o ressentido amargo e infeliz.(...)

Na origem de nossos males – por mais que insistamos em culpar os outros -, sempre está a própria criatura, herdeira de si mesma.

(ver texto na íntegra - www.ipepe.com.br/raiva.html)

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